Barbara Walter entrevista Michael Jackson no dia 5 de setembro de 1997 no luxuoso hotel George v, em Paris, para o programa 20/20.
Barbara: Há pouco perdemos sua grade amiga, a princesa Diana. Como você se conheceram?
Michael: Eu escrevi uma canção chamada “Dirty Diana”. Não e sobre ela, mais sobre garotas que perambulam por concertos ou clubes e que o pessoal chama de tietes. Tenho convivido com isso minha vida toda. Essas meninas fazem de tudo com a banda, tudo o que você pode imaginar. Por isso escrevi essa canção. Mais eu não inclui ela no show de homenagem a sua alteza. Ela me chamou de lado e perguntou se eu ia tocar “Dirty Diana.” Respondi “Não, tirei por sua causa”. E ela retrucou. “Não! Eu quero que você a apresente por favo”.
Barbara: Então ela teve senso de humor?
Michael: Sim, com certeza. E disse que era um prazer me conhecer. Respondi: “e uma honra conhece - al”.
Barbara: Como você soube da morte dela?
Michael: Eu acordei e meu medico me deu a noticia. Senti uma tristeza e comecei a chora. Senti uma dor interior, no estomago, no peito.
Barbara: E você pensou que podia ser você?
Michael: Sim. Tenho vivido desse jeito toda a minha vida. Os tablóides, aquele tipo de imprensa, os paparazzi. Tenho tido de correr, me esconder, fugir. Você não pode ir a determinado lugar, porque eles estão lá. Você não pode passear em um parque nem ir a uma loja, tem de ficar no quarto. Sinto como se estivesse na prisão.
Barbara: Qual tem sido a coisa mais invasiva? O que e pior?
Michael: Eles chegam a ponto de esconder coisas em lugares. Uma maquina no banheiro... Tch, tch, tch, cth... (Michael imita o som da câmera) e você diz “Meu Deus!”
Barbara: Você já tentou ultrapassar os paparazzi?
Michael: Eles seguem você. Com seus scooters, “vruuum, vrumm”.
Barbara: Cortando a sua passagem?
Michael: Sim. E tenho de dizer para o motorista: “vá devagar” eu digo “você vai nos matar, vá devagar”. Isso aconteceu muitas vezes.
Barbara: Como você se sente quando eles o chamam de wacko jacko?(Wacko significa maluco)
Michael: E de onde isso veio? De alguns tablóides ingleses. Eu tenho coração e sentimentos. Sinto quando você faz isso comigo. Não e agradável. Não faça. Eu não sou “maluco”.
Barbara: Há quem diga que você e viciado em atenção.
Michael: Não, não sou.
Barbara: Mas as mascara, o comportamento misterioso...
Michael: Não existe comportamento misterioso. Há épocas que estou dando um conserto, em que gosto de ter o maior numero de pessoas possível chegando para ver o show. E há períodos em que prefiro manter a privacidade, sabe, quando você veste o seu pijama e vai dormi: esse e o seu espaço privado. Você vai ao parque. Mais eu não posso, por isso criei o meu próprio em Neverland, para me divertir.
Barbara: você e, digamos, no mínimo excêntrico. A maneira como se veste sua aparência, isso chama atenção. Não acha que isso atrai os paparazzi?
Michael: não. Talvez eu goste de viver desse jeito, de me vesti assim. Não quero os paparazzi. Mas se eles aparecem que sejam coretos, que escrevam o que e correto, que sejam amáveis.
Barbara: Michael, esse e o papel dos jornalistas, a imprensa tem de observar as coisas, ser dura. Nem sempre e possível ser amável.
Michael: Veja bem o que aconteceu com lady Diana. Diga-me, deveria haver alguns limites. Os astros precisam de algum espaço. De um certo relaxamento. Eles têm coração. São seres humanos.
Barbara: Você disse “eu cresci num aquário e não permitirei que isso aconteça com o meu filho”. No entanto, quando o seu filho nasceu você vendeu fotos dele para a National Enquire e outros jornais e tablóides europeus. Por que fez isso?
Michael: Porque havia algumas fotos ilegais. Alguém tirou fotos não permitidas de um bebe e disse: “aqui esta o filho de Michael”. E não era ele. Então tirei fotos do bebe e disse; “Eles estão me forçando a tirar essas fotos”. Há helicópteros voando sobre nos, sobre minha casa, o hospital, maquinas e satélites por todo o canto. O próprio hospital comentou comigo: “Michael, tivemos aqui todo tipo de celebridades, mais nunca vimos nada parecido, isso e inacreditável”. Então eu avisei: “aqui estão as fotos... peguem”. Doei o dinheiro para a caridade.
Bárbara: Você gosta de ser pai?
Michael: Eu amo!
Bárbara: Quer ter mais filhos?
Michael: Sim.
Bárbara: Se seu filho tiver algum talento, ou melhor, ele tem mostrado algum talento, aos nove meses?
Michael: Bem, só o que esposo ti dizer e que quando ele chora, para que se acalme eu tenho de ficar diante dele e dançar.
Bárbara: E mesmo?
Michael: Sim. E ele para de chora. Suas lagrimas se transformam em risadas e ele fica feliz.
Bárbara: Você faz o passo do moonwalk para ele?
Michael: Sim. Faço todo tipo de movimento.
Bárbara: E ele para de chora?
Michael: Na mesma hora!
Bárbara: Michael se esse menininho lhe disser. “Papai quero subir no palco”?
Michael: Eu diria. “Um momento... aguarde. Se você quer fazer esse caminho, espere”.
Bárbara: Você deixaria?